quinta-feira, 16 de junho de 2011

PROJETO CADERNINHO DE LEITURA




Ana Maria Lessa de Castro
Delizia Gomes Ferreira

(E.M.E.F. Getúlio Vargas)

            O projeto “Caderninho de leitura” tem seu foco na prática cotidiana de leitura, bem como no aprimoramento da linguagem escrita dos estudantes na Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas no 3° e 4° anos. O objetivo é ampliar o vocabulário, o repertório lingüístico e propiciar a reflexão e o posicionamento crítico perante uma leitura, além de proporcionar prazer ao ler.
            A leitura de diferentes textos exige dos alunos o domínio de habilidades que decorre da prática da mesma na trajetória escolar. Por isso sua prática pressupõe um ambiente agradável, iluminado e arejado.
            Com o propósito de possibilitar uma formação eficaz de leitores, no projeto “Caderninho de leitura” serão exploradas obras de variados gêneros textuais, mas com maior ênfase naqueles que se destinam ao público infantil, pois acredita-se que o prazer de ler deve ser estimulado na infância para que o individuo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso e, nesse sentido, as obras do universo infantil podem contribuir significativamente para se formar adultos leitores dinâmicos e perspicazes.
                     
  Palavras chaves: leitura, gêneros textuais, prática.
             Ler, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, é o ato de “percorrer com a vista o que está escrito, proferindo ou não palavras, mas conhecendo-as;” (p. 1023). O ato de ler está, portanto, sempre relacionado à escrita, mas ler é algo muito mais complexo, não é só a decodificação de símbolos, é antes de tudo, entender o mundo, sons, símbolos, imagens, é interpretar o entorno. Jolibert (1994) diz que:
            Ler é ler escritos reais, que vão desde um nome de rua numa placa até um livro, passando por um cartaz, uma embalagem, um jornal, um panfleto, etc., no momento em que se precisa realmente deles numa situação de vida, “para valer” como dizem as crianças. É lendo de verdade, desde o inicio, que alguém se torna leitor e não aprendendo primeiro a ler... (JOLIBERT, 1994, p.15).
            Freire (1999) evidencia esse pensamento dizendo que “(...) a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”. (p.11).
           Na trajetória história da leitura, nota-se que o leitor sempre existiu. Contudo, o ensino da leitura, tomou as verdadeiras dimensões que ele necessita no processo de formação do homem contemporâneo. Com a Revolução Tecnológica o homem passou a ter várias atividades concomitantes, suas prioridades tornaram-se outras e os avanços tecnológicos trouxeram o que Russell (2002) conceitua como “os prazeres das populações urbanas” (p.32). As atividades de lazer passaram a ser ações passivas como ver televisão, assistir a filmes, ouvir rádio, entre outras.
            Essas atividades são consideradas passivas pelo autor, porque não exigem do indivíduo nenhum esforço físico e intelectual, já que estes esforços estão voltados para a vida profissional. Então, a leitura por prazer continua a não ser valorizada, gerando um tipo de indivíduo ao qual Perissé (2001) chama de “o pior analfabeto”, porque “sabe ler, mas não tem paciência para ler” (p. 10). Ele tem pressa, e o prazer no ato de ler não pode ter pressa, tem que ser lento, meditado, só dessa forma é possível libertar o pensamento.
              O ato de ler proporciona a descoberta do mundo da leitura, um mundo totalmente novo e fascinante. Entretanto, a sua apresentação à criança deve ser feita de forma atrativa, estabelecendo uma visão prazerosa sobre a mesma, de modo que torne um hábito contínuo. A leitura desenvolve a capacidade intelectual do indivíduo devendo fazer parte de seu cotidiano e desenvolvendo a criatividade e a sua relação com o meio externo.
              A infância é o melhor momento para o indivíduo iniciar sua emancipação mediante a função liberatória da palavra. É entre os oito e treze anos de idade que as crianças revelam maior interesse pela leitura. Por isso, o projeto “Caderninho de leitura”, por meio da prática contínua da leitura, pretende melhorar a linguagem oral e escrita dos estudantes, na escola Getúlio Vargas nos 3° e 4° anos, de modo a ampliar o vocabulário, o repertório lingüístico, incentivando a reflexão e o posicionamento crítico frente a leitura de modo que haja prazer no ato de ler diferentes textos.
              Tendo em vista a dificuldade que alguns alunos apresentam na leitura e escrita, verificou-se que a mesma derivava da falta do hábito de ler cotidianamente, resultando na defasagem de assimilação, interpretação e compreensão do que se lia e se lê.
              Partindo dessa constatação, o projeto “Caderninho de leitura” foi elaborado na escola com a finalidade de minimizar tal problemática e propor a aquisição do hábito de ler, ainda que inicialmente somente na escola.
               Neste “Caderninho de leitura” os alunos encontram textos de diversos gêneros e tipos, cuja leitura lhes proporciona grande prazer, porque, em geral, sentem-se muito atraídos pelas músicas, poemas, piadas, conto de fadas, fábulas, dentre outros gêneros e tipos textuais por conto do ritmo e poeticidade presentes que, além de ensinar, também diverte e encanta ao mesmo tempo que aguça o prazer de ler e produzir textos.
                 A leitura de diferentes textos exige dos alunos o domínio de habilidades que adquirem com a prática no decurso da trajetória escolar. Para cada tipo de leitura há uma maneira de executá-la: silenciosa, visual, auditiva, oral. Para a sua prática exige-se um ambiente agradável, iluminado e arejado. E para que seja desfrutado este prazer, usar-se-á na confecção do Caderninho de leitura obras literárias de variados autores que escrevem para e sobre o universo infantil.
               Pela leitura descobre-se um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas. Portanto, o prazer de ler deve ser estimulado na infância, para que o individuo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso e, assim, se formará um adulto culto, dinâmico e perspicaz.

                                         Referências Bibliográficas
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1986.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 43ª edição. São Paulo: Cortez, 2002.

FOUCAMBERT, Jean. A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

JOLIBERT, Josette. Formando Crianças Leitoras. Trad. Bruno C. Magne. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PERRISSÉ, Gabriel. O Leitor criativo: a busca da leitura eficaz. São Paulo: Omega Editora, 2001.

RUSSEL, Bertrand. “O elogio ao Ócio”. in O elogio ao Ócio. trad. Pedro Jorgensen Júnior. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. p. 23 a 35.













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